A Inteligência Artificial (IA) foi, por muito tempo, vista como uma tecnologia inovadora e moderna, porém um investimento desnecessário do ponto de vista dos negócios. Hoje não mais. A IA emerge como um elemento chave para as estratégias de negócio em todas as indústrias. Em um recente relatório, a Forrester previu um aumento nos investimentos em IA de mais de 300% em 2017, em comparação com 2016.
No Brasil, a inteligência artificial já começa a ganhar orçamento próprio dentro das organizações. A busca pela redução de custos e aumento de produtividade vêm alavancando o uso de soluções que envolvem robôs capazes de conversar com os clientes e de sistemas que analisam milhares de dados em poucos segundos. O volume de recursos destinado a esse segmento no país vai aumentar mais de cinco vezes em 2018 em relação ao ano passado.
O mais importante no momento é entender como essa tecnologia inovadora está permitindo que as empresas aproveitem seus dados para melhorar a eficiência e a produtividade no local de trabalho, ao mesmo tempo em que oferece resultados tangíveis do ponto de vista do negócio.
Inteligência Artificial na área de Recursos Humanos
Os recursos humanos não são tipicamente uma área que nos vêm à mente quando pensamos em onde podemos aplicar inteligência artificial. Mas a tecnologia baseada em IA pode ajudar as organizações a classificarem muito mais rapidamente milhares de candidatos a emprego, em uma fração do tempo que levaria um ser humano. Especialmente nos dias de hoje, quando ferramentas de trabalho online permitem o disparo de aplicações de candidatos mais rapidamente do que nunca, as equipes de RH beneficiam-se dessa assistência da IA para triar algumas dúzias certeiras de candidatos a partir de um conjunto de centenas ou mesmo milhares de pessoas.
Claro que a inteligência artificial não pode tomar a decisão final da contratação – algumas etapas do processo requerem instinto humano inato. Dito isto, a IA pode sim ampliar e otimizar o tempo disponível da equipe de recursos humanos, para que se concentrem em recrutar os profissionais mais adequados para uma entrevista, ao invés de perderem tempo selecionando e filtrando centenas de currículos de candidatos que definitivamente não se enquadram no perfil da vaga.
Inteligência Artificial e a vantagem competitiva
A vantagem competitiva é provavelmente o maior (e mais óbvio) benefício que a inteligência artificial traz para as empresas. Uma recente pesquisa da Infosys com 1.600 executivos de negócios e de TI revelou que IA é uma prioridade de longo prazo, com 76% dos entrevistados concordando que essa tecnologia é “fundamental para o sucesso da estratégia de sua organização”. Veja a Ford Motors, por exemplo. No início de 2017 a empresa anunciou um plano para investir US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos na Argo, uma startup de inteligência artificial focada em desenvolver tecnologia de veículos autônomos. A Bosch é outra companhia que coloca a IA na vanguarda dos negócios com sua “fábrica do pensamento”, que habilita as máquinas alimentadas por IA a autodiagnosticar falhas técnicas, desencadear automaticamente o pedido de peças de reposição e antecipar as necessidades de manutenção. O ponto principal aqui é que, hoje, as empresas já estão enxergando valor no investimento em inteligência artificial. E aquelas que hesitarem a abraçar essa tendência correm o risco de nunca se recuperarem.
A inteligência artificial não é portanto a tecnologia do amanhã, pois já impacta na maneira como as empresas operam. A IA permite que as organizações tenham acesso a dados históricos em tempo real e tomem as melhores decisões em relação ao gerenciamento da força de trabalho, às estratégias de marketing, retenção de clientes, entre outras possibilidades, o que as torna mais aptas a atuarem nesse mundo cada vez mais complexo e competitivo.
Escrito por: Oscar Salazar