Big Data na hora da cobrança: sua central está preparada para essa realidade?

Atualmente, quase 60 milhões de brasileiros tem o “nome sujo”, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), e o processo de negociação muitas vezes é operacional.

Seja na localização dos clientes, no cruzamento de indicadores, ou análise de acordos, quanto a maior quantidade de informações que se tem em mãos, mais assertiva é a tomada de decisão. Um banco de dados atualizado e completo deve ser peça central no atendimento e contato com devedores e o Big Data é de grande ajuda nesse processo.

A tecnologia fornece aos agentes de cobrança conhecimentos valiosos para o momento de contato com os consumidores, uma vez que quanto mais se entende da situação da pessoa, mais fácil fica personalizar a abordagem. É possível segmentar o perfil de clientes a serem cobrados, ter um controle mais rígido da inadimplência – algo essencial para o planejamento financeiro da companhia – além de analisar o histórico comportamental dos indivíduos, o que é de grande ajuda no desenvolvimento de uma operação atenta às particularidades de cada caso.

Um dos pontos mais importantes é a localização do devedor. A maioria das empresas realizam o cadastro de forma semelhantes, ou seja, coletando o mesmo tipo de informações, seja para pessoas físicas ou jurídicas. Isso resulta em uma base pobre, sem fatores como região geográfica ou valor médio da dívida. Com o Big Data, é possível realizar cruzamento de dados e análises preditivas, reduzindo o tempo perdido na busca pela pessoa correta, custos e acelerando o ciclo de negociações.

Cobranças erradas afetam a sociedade e a economia do país

Contar uma tecnologia que otimiza e agiliza processos, contribui diretamente para uma melhor análise de crédito, localização e contato com o cliente devedor. Essas soluções são cada vez mais parceiras nas empresas atualmente, e seus resultados podem ter consequências sociais e até econômicas. Como é o caso da apreensão da CNH e passaporte, segundo a recente decisão do Superior Tribunal de Justiça.

A suspensão dos documentos teve como objetivo forçar o devedor a pagar seus débitos, mas para muitos ficou a dúvida se esse recurso não seria radical demais. Afinal, com a diminuição das possibilidades de locomoção, o indivíduo não pode usar o automóvel para exercer uma atividade que gere uma renda que poderia ser revertida para o pagamento da dívida, como ser motorista do Uber ou de táxi.

Nesse cenário fica o questionamento: as empresas estão com ações eficazes para recuperação e análise de crédito? Investir em um processo mais automatizado e com otimização de recursos é uma saída para evitar desdobramentos ruins para a população.

Artigo: Rafael Albuquerque é CEO da Unitfour

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